
Penetrar na obra de José Lins do Rego é receber uma aula de história do Brasil contemporâneo. Sem dúvida, os romances do ciclo da cana-de-açúcar são um testemunho claro das transformações sociais, econômicas e políticas por que passava o interior do Nordeste brasileiro na primeira metade do século XX. Cada romance com sua temática, com sua história, vai revelando, pouco a pouco, um mundo em transformação.
É evidente que todos eles não possuem a mesma visão crítica de Fogo Morto, considerado a síntese do ciclo, mas é perceptível a intenção documental de sua obra. Ficam claras as relações no interior dos engenhos que, mais tarde, serão engolidos pela usina. Em cada um de seus romances do ciclo, José Lins do Rego nos coloca em contato com a estrutura social do Nordeste, ora numa visão de observador, ora numa posição de crítico.
Há em José Lins do Rego uma tendência para evolução crítica nos romances do ciclo, daí se poder falar em salto qualitativo, de Menino de Engenho a Fogo Morto, romance em que o autor melhor se realiza. Do ponto de vista temático, Fogo Morto causa de imediato impacto pela posição política que encerra e pela estrutura que molda o desenrolar dos acontecimentos em torno das três partes, que aparecem amalgamadas, e dos três personagens, que se completam, na revelação de um mundo marcado pelos conflitos de ordem econômica, social e política.
O resultado é que José Lins não só criou um “senhor” romance do ponto de vista social e político, mas também construiu os personagens mais representativos da ficção brasileira: mestre José Amaro e o quixotesco Vitorino Carneiro da Cunha. O primeiro representa simbolicamente a luta dos pobres e oprimidos contra seus opressores, apoiado na violência do cangaço, e o segundo, a saída democrática de libertação das classes menos favorecidas, assentada na crença do império da lei e de uma política social justa e humana. É um criador de utopias.
De tendência neo-realista Fogo Morto é indubitavelmente um dos melhores romances que a ficção brasileira já produziu e um dos principais representantes da literatura regionalista de trinta que produziu obras do caráter de São Bernardo, Terras do Sem Fim e o Quinze. Segundo José Hildebrando Dacanal, “José Lins do Rego, ao afastar-se de sua linha de frio observador, realiza em Fogo Morto uma revisão crítica do mundo do bangüê e do engenho e das condições econômicas, sociais e políticas nele vigentes, realidades que já haviam sido descritas e fixadas, mas jamais analisadas valorativamente.”
É evidente que todos eles não possuem a mesma visão crítica de Fogo Morto, considerado a síntese do ciclo, mas é perceptível a intenção documental de sua obra. Ficam claras as relações no interior dos engenhos que, mais tarde, serão engolidos pela usina. Em cada um de seus romances do ciclo, José Lins do Rego nos coloca em contato com a estrutura social do Nordeste, ora numa visão de observador, ora numa posição de crítico.
Há em José Lins do Rego uma tendência para evolução crítica nos romances do ciclo, daí se poder falar em salto qualitativo, de Menino de Engenho a Fogo Morto, romance em que o autor melhor se realiza. Do ponto de vista temático, Fogo Morto causa de imediato impacto pela posição política que encerra e pela estrutura que molda o desenrolar dos acontecimentos em torno das três partes, que aparecem amalgamadas, e dos três personagens, que se completam, na revelação de um mundo marcado pelos conflitos de ordem econômica, social e política.
O resultado é que José Lins não só criou um “senhor” romance do ponto de vista social e político, mas também construiu os personagens mais representativos da ficção brasileira: mestre José Amaro e o quixotesco Vitorino Carneiro da Cunha. O primeiro representa simbolicamente a luta dos pobres e oprimidos contra seus opressores, apoiado na violência do cangaço, e o segundo, a saída democrática de libertação das classes menos favorecidas, assentada na crença do império da lei e de uma política social justa e humana. É um criador de utopias.
De tendência neo-realista Fogo Morto é indubitavelmente um dos melhores romances que a ficção brasileira já produziu e um dos principais representantes da literatura regionalista de trinta que produziu obras do caráter de São Bernardo, Terras do Sem Fim e o Quinze. Segundo José Hildebrando Dacanal, “José Lins do Rego, ao afastar-se de sua linha de frio observador, realiza em Fogo Morto uma revisão crítica do mundo do bangüê e do engenho e das condições econômicas, sociais e políticas nele vigentes, realidades que já haviam sido descritas e fixadas, mas jamais analisadas valorativamente.”
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